ATA
DA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 13-01-2016.
Aos
treze dias do mês de janeiro do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida por Cassio Trogildo, Clàudio Janta,
Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Prof. Alex Fraga e
Waldir Canal, titulares, e Paulinho Motorista, não titular. Constatada a
existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Reunião, compareceu Reginaldo Pujol, não titular. A seguir, foi
apregoado o Memorando nº 001/16, da Bancada do PTB, informando que Elizandro
Sabino, Dr. Goulart e Paulo Brum passarão a exercer os cargos de Líder e
Vice-Líderes da Bancada do PTB, respectivamente. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se Jussara Cony, Clàudio Janta, Paulinho Motorista e Reginaldo
Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Jussara Cony, Clàudio Janta,
Paulinho Motorista e Reginaldo Pujol. Durante a Reunião, Clàudio Janta
manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às dez horas e trinta e cinco
minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
vereadores para a próxima reunião ordinária. Os trabalhos foram presididos por
Cassio Trogildo e secretariados por Guilherme Socias Villela. Do que foi
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo
1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos às
O Ver. Waldir Canal está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo; Ver. Delegado Cleiton, 2º
Vice-Presidente da Mesa; população que nos acompanha nesta Reunião Ordinária,
venho a esta Casa, junto com o Ver. Clàudio Janta, designados por esta Casa,
desde 2013, para representá-la nas atividades e na coordenação do Fórum Social
Mundial, que será realizado agora, entre os dias 19 e 23, na cidade de Porto
Alegre. Sr. Presidente, V. Exa. assumiu agora e já está ativamente
participando, a partir da programação que já estava sendo elaborada pelo
ex-Presidente, o Ver. Mauro Pinheiro. Eu creio que vamos extrapolar, no Fórum,
como um todo, e a participação desta Câmara, talvez pelo momento histórico em
que estamos vivendo no mundo... Cada vez mais, a crise mundial nos remete à
busca de outro mundo, possível, urgente e necessário.
Há vários
Vereadores já atuando nessas atividades aqui e em outras. Por exemplo, o Ver.
Villela está representando a Câmara Municipal na Cop 20. O Ver. Janta está com
atividades, assim como o Ver. Comassetto e outros Vereadores. Eu vou dar um
relato preliminar, porque hoje à noite nós fechamos toda essa programação, já
agradecendo, de antemão, aos meus colegas, ao meu gabinete pelo papel desempenhado,
aos gabinetes dos Vereadores já citados. O Ver. Waldir Canal está com uma
atividade sobre a Frente Parlamentar do Idoso. Serão atividades intensas e
importantes, Vereador, e a sua participação, então, representando a Câmara
nesse processo, vai ser muito importante. Nós vamos começar aqui, no dia 20, já
com participações do Ministério da Saúde, Itaipu, das Secretarias Estadual e
Municipal da Saúde, da Zona Rural de Porto Alegre, da Associação dos Produtores
Agroecológicos, da comunidade da Lomba do Pinheiro. Vamos começar com as
plantas medicinais no desenvolvimento à saúde e à soberania nacional, já no
rumo de construção, com esses pares, de um Arranjo Produtivo Local. Depois
teremos, aqui no plenário - as atividades estão espalhadas por toda a Casa - a
crise de representatividade, as novas formas de participação, tendo o
Boaventura de Sousa Santos, da Deputada Manuela D'Ávila, o ex-Governador Tarso
Genro, um momento importante será a entrega, nesta Casa, do título de cidadão
de Porto Alegre ao Boaventura de Sousa Santos. Então é um momento importante
também para a Câmara Municipal a essa personalidade internacional que muito tem
contribuído com o Fórum.
Nós teremos aqui experiências inovadoras e
processos democráticos em Governo e democracia, com convidados internacionais,
muito voltados, inclusive, aos significado do Orçamento Participativo como
referência para o mundo. Teremos o direito à Saúde; mercado financeiro e o
Estado; e o lançamento das diretrizes aprovadas na 15ª Conferência Nacional de
Saúde – um abraço ao Sistema Único de Saúde; a frente em defesa do SUS; e um
debate que vai contar, inclusive, com a participação de Samuel Pinheiro
Guimarães e de Peterson de Paula Pereira, Procurador da República.
Teremos a atividade dos povos tradicionais e o Estatuto
das Cidades; o mundo do trabalho – ajuste fiscal, crise e desemprego,
coordenado pelo Ver. Janta; a esperança dos parlamentos metropolitanos para o
aprofundamento da democracia. Esse vai ser o momento alto, porque é exatamente
o momento em que o Ver. Mauro Pinheiro e o Ver. Cassio Trogildo farão um rito de passagem para a
continuidade da Frente Parlamentar, com vários convidados do Brasil e de várias
regiões do nosso País, onde teremos também, nessa mesa, Oded Grajew, Sr.
Presidente; e com a perspectiva, logo em seguida, de o que o Orçamento tem a
ver com direito à Cidade. Entrou ontem essa mesa, através do Fórum de São
Paulo, e eu acho que vai ser um momento importantíssimo para que nós nos
comprometamos, os parlamentos metropolitanos, com o protocolo das cidades
sustentáveis.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Para finalizar este
relato, essa experiência dos parlamentos metropolitanos será importante para um
aprofundamento da democracia, com a assinatura do compromisso dos parlamentos
metropolitanos com o Programa Cidades Sustentáveis. Nós teremos, Ver Cassio, um
desdobramento – e eu acho que esta Câmara vai ter um papel importante –, depois
do Fórum. Quando forem estabelecidas as candidaturas à Prefeitura da cidade de
Porto Alegre, o Fórum de São Paulo e Oded Grajew voltam. Já está sendo feita
uma articulação para trazermos todas as candidaturas e firmarmos esse compromisso
com as cidades sustentáveis. Isso é oriundo também do que já fizemos aqui na
votação do Prometa. Por isso que na temática A Experiência dos Parlamentos nós
teremos V. Exa., como Presidente da Câmara e o Ver. Mauro Pinheiro, que ainda
até março é Presidente do Fórum Metropolitano. Eu fui designada, e agradeço a
honra, para ser a coordenadora, nesse momento, dessa mesa de debates, como
vice-presidente da Frente Parlamentar. Teremos o jornalista José Rinaldo de
Carvalho, que atua em nível internacional com a Cebrapaz, que é uma comissão em
relação à paz aos povos do mundo. O Oded Grajew, que é o idealizador do Fórum
Social Mundial, presidente emérito do Instituto Ethos e Coordenador-Geral da
Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis; Prefeito Chico Brito,
de Embu das Artes, da Região Metropolitana de São Paulo; o Vice-Prefeito
Sebastião Melo, pelo seu projeto Prometa, que desarquivamos e aprovamos nesta
Casa; vereadores, vereadoras, presidentes dos parlamentos metropolitanos,
prefeitos, parlamentares e organizações de movimentos sociais que estão
participando do Fórum Social. Depois, continuando a programação, debateremos o
orçamento e as cidades – numa experiência bem interessante – como a nossa
Brasília, a nossa Belo Horizonte e a nossa São Paulo. Acho que isso vem somar
aos desdobramentos do próprio Parlamento Metropolitano que V. Exa. coordenará a
partir de março. Trataremos da cultura da participação social, do pensar a
articulação da cultura com a participação. Outra atividade será da Rede Brasileira
de Orçamento Participativo: políticas de participação social, com a presença de
Prefeito Haddad, Prefeito de São Paulo; do Ministro Berzoini; de Leonardo
Avritzer; de Flávio Dino, Governador do Estado do Maranhão e da Rede Brasileira
de Orçamento Participativo. Continuaremos com um painel sobre o Fórum Estadual
da Cultura Afro-brasileira e movimento negro, junto com a Fundação Cultural
Palmares. Esta Casa sediará também uma reunião do Acampamento da Juventude. E,
o nosso Teatro Glênio Peres, todos os dias – pela manhã, tarde e noite –,
sediará o Orçamento Participativo de Porto Alegre, porque Porto Alegre é uma
referência mundial sob a ótica do Orçamento Participativo. Então nós seremos a
sede para estas articulações nacionais e internacionais do Orçamento
Participativo numa articulação feita com a Prefeitura Municipal. Agradeço de
antemão ao Memorial, pois esta Casa vai estar com três exposições: uma sobre a
história do movimento estudantil; outra sobre a Campanha da Legalidade, que tem
toda essa relação com esse grande homem, esse grande líder, Leonel Brizola, que
acaba de ser incluído, pela Presidenta Dilma, no livro dos heróis da pátria –
eu acho que, para o Estado do Rio Grande do Sul, para Porto Alegre e para o
Brasil, é muito importante esse reconhecimento, pois Leonel Brizola foi mesmo
um grande herói nacional –; e a terceira sobre Maio de 1968. As Comissões
também estão todas à disposição. E, hoje à tarde, nós levaremos para o Fórum
Social, no último momento, de fechamento, as outras áreas de disposição.
Eu agradeço à assessoria do Ver. Mauro Pinheiro,
hoje vou figurar na pessoa da Letícia Cottens, que está tendo um papel
importante; à minha assessoria, através da Tayara; às assessorias dos
Vereadores que estão participando e formando esses grupos, como o Ver. Clàudio
Janta, Ver. Villela, Ver. Waldir Canal; e à Casa como um todo. Porque a
disponibilização desta Casa mobiliza também os nossos trabalhadores, que estão
à disposição nas mais variadas áreas. Eu finalizo dizendo: a Câmara Municipal de
Porto Alegre é um dos grandes espaços do Centro Histórico e do território do
Fórum Social Mundial. Acho que estamos de parabéns, Sr. Presidente, mostrando
um trabalho unitário e com a amplitude que é o lema do fórum, a amplitude para
garantir também a unidade por esse novo mundo possível, urgente e necessário.
Então fica o meu agradecimento, de imediato.
Quero também fazer um agradecimento à Bancada do
PSOL, Ver. Prof. Alex Fraga e Ver.ª Fernanda, que vai sediar um importante
encontro aqui numa das nossas Comissões, reunindo, assim, ativistas do seu
partido e simpatizantes do Brasil e do mundo. Assim como haverá outros espaços
para essas articulações políticas. O Fórum não é dos partidos políticos, mas os
partidos políticos, através de várias entidades representativas, porque essa é
a dinâmica da sociedade é essa, o Fórum é das entidades representativas da
sociedade, e nós, parlamentares, estamos inseridos nessas entidades. Portanto,
a Câmara está de parabéns por essa visão ampla e unitária por esse novo mundo.
Eu acho que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem
uma história belíssima e, neste momento, ela vai mostrar também um pouco dessa
história. Parabéns a todos nós e vamos à luta, porque o Fórum Social vai ter
uma dimensão enorme exatamente pela crise que o mundo ainda atravessa; o mundo
inteiro estará em Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Quero agradecer à Ver.ª Jussara Cony e ao Ver.
Clàudio Janta, que são os representantes da Câmara Municipal na organização do
Fórum Social Mundial nessa edição comemorativa dos 15 anos do Fórum em Porto
Alegre, e que têm contribuído muito para que a Câmara Municipal, que é
território do Fórum Social, tenha diversas mesas importantes que acontecerão de
19 a 23 de janeiro. Em função disso, tendo em vista
a Câmara Municipal ser território do Fórum Social Mundial, sediando atividades
integrantes do Fórum, comunico aos Srs. Vereadores que deixarão de ser
realizadas as Reuniões Ordinárias da Comissão Representativa dos dias de 20 e
21 de janeiro, justamente porque teremos aqui a realização de Mesas do Fórum
Social Mundial, inclusive com a utilização deste Plenário Otávio Rocha. Nós
faremos esta comunicação por e-mail
para todos os Srs. Vereadores e Sras. Vereadores, Líderes de Bancadas e
assessorias, para que fique registrado que não teremos as Reuniões Ordinárias
na semana que vem.
O Ver. Guilherme Socias Villela está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Clàudio Janta
está com a palavra em Comunicações.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, ontem fechamos um acordo com o grupo Walmart,
que tem na nossa Cidade 3.500 empregados e que, no final do ano, tinha fechado
cinco lojas em Porto Alegre, demitindo 399 operários. Ontem, conseguimos, numa
reunião com a empresa, manter esses postos de trabalho. A empresa assumiu um
compromisso junto ao Sindicato de Porto Alegre de readequar nas suas lojas
esses funcionários. Desses funcionários, 252 quiseram permanecer na empresa,
quiseram ser readequados em lojas da empresa, e 147 optaram por sair da
empresa, por serem desligados da empresa, e nós acertamos com a empresa que
vamos fazer o desligamento desses funcionários, e a empresa se comprometeu a
fazer um workshop para esses
funcionários - um curso - e também vai auxiliar na busca de um outro emprego,
juntamente com o sindicato.
Este é um momento muito difícil para os
trabalhadores brasileiros, é um momento de dificuldade. Ontem, tivemos uma
reunião nacional da Força Sindical, onde discutimos as dificuldades que os
trabalhadores estão tendo, porque está acabando o seguro desemprego dos
trabalhadores que foram demitidos nos meses de outubro e novembro. E agora, nos
meses de janeiro e fevereiro, deverá ter um grande número de trabalhadores do
comércio e de serviços demitidos. Hoje são 10 milhões de desempregados; em
março esse número deverá chegar a 14 milhões, 15 milhões de desempregados. É a
maior onda de desemprego que este País já teve. Nós entregamos um plano
nacional para o Governo, feito a centenas de mãos, de todas as centrais e
entidades empresariais, um plano de crescimento, um plano para investir na
indústria nacional.
Quando a gente fala em investir na indústria
nacional, trago um exemplo aos senhores, a Companhia Siderúrgica Nacional está
demitindo 3.500 trabalhadores; a COSIPA, em São Paulo, está demitindo esse
mesmo número de trabalhadores, a Usiminas também está demitindo esse mesmo
número de trabalhadores e isso está ocorrendo porque o nosso aço não tem
proteção. O aço chinês tem um superávit de aço que é cem mil vezes maior do que
o nosso, Ver. Paulinho, e ele entra no Brasil, Prefeito Villela, sob a taxação
de 35%. Só que na Europa e nos Estados Unidos a taxação desse aço é de 2.500% -
então ele não entra, preserva a indústria europeia e preserva a indústria
americana. No Brasil não!
Estamos vendo empregos de todos os setores irem
embora porque, de cada cinco produtos que a gente consome no Brasil, dois são
importados. Então, chegou o momento de nós protegermos a indústria nacional. Ao
proteger a indústria nacional, estamos protegendo o emprego, a renda do povo
brasileiro, o desenvolvimento deste País. Por isso, ontem tivemos uma reunião
nacional da direção da Força Sindical, quando reassumiu a presidência da Força
Sindical o nosso Presidente Nacional que estava licenciado, o Deputado
Federal...
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta
prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, para uma Comunicação de
Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Ele reassume a
presidência da Força Sindical neste momento difícil em que precisamos buscar a
geração de emprego. Também discutimos os vetos que a Presidente Dilma Roussef
fez ao Orçamento. Ela vetou questões individuais das emendas orçamentárias dos
Deputados. Isso já era de se esperar, pois ela vai negociar nas votações que
houver no Congresso. Mas a Presidente vetou o reajuste do Bolsa Família, que
está há dois anos sem reajuste. O Bolsa Família não teve reajuste em 2014 e não
teve reajuste em 2015 - um programa que segue há dois anos sem reajuste; Com
uma inflação que chegou a mais de 10% e o Programa Bolsa Família beira a 15%
sem reajuste, então é um programa com o qual as pessoas não comem, as pessoas
que pegam esse valor do Bolsa Família não percebem a inflação. E a Presidente
Dilma vetou o reajuste do Bolsa Família. A Presidente vetou os recursos
necessários para a atender o Município de Mariana, um desastre ambiental gerado
pela Usiminas, pela Companhia Siderúrgica Nacional e pela negligência do Ibama,
que não fiscalizou. A Presidente vetou ajuda para aquela população.
E pasmem, colegas
Vereadores, pasmem, Ver. Alex e Ver. Reginaldo Pujol, a Presidente vetou uma
emenda que proibia empréstimos para construção fora do País do BNDES. A
Presidente vetou! O Congresso Nacional estava proibindo a chacrinha que a gente
vê na imprensa com dinheiro público, com dinheiro nosso, fora do País. Estava
dizendo: “Dá um tempo!” Já foi muito dinheiro para Angola, Moçambique, muito
dinheiro para a Venezuela, já foi muito dinheiro para fora do País! E está
aí a Lava Jato comprovando isso! Está aí o Cerveró dizendo toda a falcatrua que
está tendo! Estão aí os depoimentos dizendo onde está o nosso dinheiro! E
fizeram uma emenda no Congresso Nacional dizendo: Chega! Dinheiro do BNDES é
para o povo brasileiro! Dinheiro do BNDES é para a indústria nacional! Fizeram
uma emenda vetando isso. Acabou! Dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico Social é para o Brasil! E a Presidente vetou isso. A Presidente disse
que tem que continuar a chacrinha, Ver. Waldir Canal. A Presidente disse que
nós temos que continuar investindo lá fora, colocar o nosso dinheiro lá nos
dólares, que estão a quatro e pouco reais, sem falar nos euros. A Presidente
veta isso. E ela piora ainda mais, no país da Pátria Educadora, a Presidente
veta o Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Programa Nacional de
Transporte Escolar. E aí eu venho aqui alertar os nobres Pares, Vereadores, eu
falei em demissão no comércio, na indústria, e quero falar aqui nas demissões
que estão ocorrendo na rede de ensino privada, nas universidades deste Estado e
deste País. Somente a Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre demitiu
500 mestres e doutores, porque o Programa Nacional de Educação, que estamos
vendo na televisão, que é muito semelhante ao da China, é para inglês ver, é
papel. Na realidade, não existe. Quando o jovem vai procurar, não existe.
Quando o jovem vai mesmo ingressar na faculdade, quando a faculdade tem que
receber do Governo, não existe, porque as faculdades privadas estão demitindo
seus mestres, seus doutores e seus professores. Somente a PUC demitiu
quinhentos. Então, essa é a Pátria Educadora, esse é o Brasil que nos espera em
2016. Mas com muita força, fé e solidariedade, nós vamos lutar para melhorar
este Brasil e colocar este Governo nos trilhos. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Ver. Clàudio Janta. O Ver. Paulinho
Motorista está com a palavra em Comunicações.
O SR. PAULINHO
MOTORISTA: Bom dia, Presidente Cassio, demais Vereadores, pessoal que nos assiste e
funcionários da Casa. Estou hoje substituindo o Ver. Airto Ferronato, Líder do
meu Partido, PSB. Eu sempre falo do grande Airto Ferronato, parceiro de
partido, um camarada que sempre procura, desde que entrei na Câmara Municipal,
me dar apoio, trabalhar junto. Como tem muita experiência – todos sabem –,
procura sempre me ajudar, assim como muitos dos Vereadores antigos. Nesses três
anos, procurei aprender bastante com o nosso Reginaldo Pujol, grande figura,
sempre disposto a ajudar, também com o nosso Prefeito Villela, Vereadores
experientes, sempre passando para nós, Vereadores de primeiro mandato, suas
experiências. Com certeza, aprenderemos sempre, Presidente Cassio; todos os
dias, estamos aprendendo alguma coisa, Ver. Janta, e o bom disso é que somos
simples, temos humildade para aprender e continuar o nosso trabalho aqui na
Câmara Municipal.
Agora em seguida, teremos o dissídio rodoviário,
categoria em que me enquadro até hoje, como motorista, por 24 anos de profissão
– orgulho-me sempre quando falo. Nunca esquecerei esses anos que passei,
Clàudio Janta, pilotando um ônibus, carregando pessoas, com toda a
responsabilidade que precisamos ter. Espero que, nesse dissídio, meus colegas
rodoviários tenham um justo aumento pela profissão que exercem – tanto o
motorista quanto o cobrador passam por situações difíceis. Há pouco,
presenciamos situações de depredação de ônibus, ônibus sendo queimados, e ali
estavam meus colegas, motoristas e cobradores, tendo que voltar para realizar
uma viagem nessas linhas onde aconteciam essas situações, e não podiam, bem no
português, “fugir da raia”, tinham que cumprir horário. Fora isso, meus colegas
motoristas passam por essa situação difícil no trânsito, qualquer batidinha,
qualquer arranhão, é o motorista que paga. Muita gente não sabe, mas, às vezes,
quando tem um acidente, a pessoa que está no carro chega no motorista e diz
“mas é a empresa que vai pagar. Assume a culpa que é a empresa que vai pagar.”
Não, não é a empresa que vai pagar, é o motorista que tem que arcar, do seu
próprio bolso. Hoje em dia, qualquer batida é o motorista que tem que pagar. A
empresa desconta, Janta. O motorista tem que pagar o conserto. Hoje em dia, qualquer
arranhão, qualquer sinaleira quebrada, qualquer farol, custa R$ 6 mil, R$ 7
mil. Quando que um motorista vai ter condições de pagar? Eu sei porque eu
trabalhei. Daí tu vais deixar de comer, sustentar os teus filhos, para pagar um
acidente, sendo que a empresa não te ressarci, simplesmente ela te desconta? E
se tu não pagar, Janta, “tchau pra ti”. Tem gente para assumir o teu lugar.
Então eu espero que os meus colegas rodoviários tenham um aumento justo nesse
dissídio. Todo ano essa negociação é difícil.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Paulinho Motorista prossegue a sua manifestação, a partir deste
momento, para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
MOTORISTA: Como bem se diz: a corda acaba arrebentando do lado mais fraco. Nessas
situações de dissídio, geralmente, é colocado o passageiro contra o rodoviário
e vice-versa, Janta. Mas não é assim. Fica aquela situação do passageiro
achando que o rodoviário não quer trabalhar; o rodoviário também está na
situação de querer o aumento do seu salário, e por isso para. O passageiro
precisa chegar ao seu destino, ao seu trabalho e quando chega na parada, o
ônibus não vem – é uma situação difícil. Acho, sim, que eles devem pensar nessa
situação e devem dar um aumento salarial justo para que o rodoviário trabalhe
tranquilo, tanto o motorista quanto o cobrador, como todo o ser humano tem
direito de ganhar o seu salário trabalhando honestamente. São pessoas que
trabalham honestamente nas madrugadas; eu mesmo levantei, por muito tempo, às
três horas da manhã - que no horário de verão seriam duas horas da manhã -, e
eu dormia pouco para poder, no outro dia, enfrentar a viagem de uma hora e
pouco, e outra de mesmo tempo para ida e volta; quando clareava o dia, quando o
sol vinha, imaginem a situação em que eu estava. Não me arrependo disso, Deus
me deu saúde e se tiver que voltar um dia, voltarei. Mas tem que haver um
salário justo para a pessoa possa se sustentar, possa sustentar a sua família,
seus filhos, a escola, tudo. Mas seguiremos e ficamos cada vez mais tristes,
como o Ver. Janta comentou há pouco, com essa questão da operação Lava Jato, em
que a cada dia são noticiadas mais corrupções pela ganância; quanto mais têm
mais querem; salários cada vez mais altos, negociações, troca de favores – uma
vergonha! Hoje, nas ruas, quando sabem que é um político, perguntam-se: “O que
será que ele é?” Se a pessoa não te conhece a fundo, já ficam te olhando
estranho; ou se é apresentado a alguém como um político, já largam uma piada,
tudo por essa vergonha que está acontecendo. Graças a Deus, e posso falar em
nome dos 36 Vereadores, independente de partido, que continuaremos trabalhando
em prol da população que nos colocou aqui, que nos deu um voto de confiança.
Não julgo os partidos, porque são as pessoas que trabalham em prol da
população; e aqui não tem situação ou oposição, todos trabalhamos para que a
população ganhe com isso. Quero dizer que vou continuar o meu trabalho aqui
sempre com o apoio dos meus Colegas, troco muitas idéias com o Ver. Janta, nos
respeitamos, mesmo durante as campanhas; não fica aquela coisa de “lá vem o
Janta, lá vem o Paulinho. O que o Paulinho faz aqui? O que o Janta faz aqui?”
Não! É aquele aperto de mão... Esse aqui é o Janta, esse aqui é o Paulinho.
Isso aí é bom, é legal. A população tem que ter o direito de votar em ti, em
mim, no Cássio, no Villela, no Pujol, e não aquela coisa que o sol é só para ti
e para os outros não. Este ano vem pessoas diferentes para concorrer, o sol é
para todos, que ganhe quem Deus achar que mereça. Nós aqui, com certeza, não
vamos, bem no brasileiro, deixar “cair a peteca” por causa de uma Lava Jato, de
uma corrupção, e continuaremos firmes nossa trabalho aqui, para que a população
não se arrependa, Pujol, de ter nos colocado aqui e continue confiando nos políticos,
porque eles foram às urnas, votaram e usarão os resultados para o que eles
merecem, uma qualidade melhor de vida para essa grande população de Porto
Alegre, a nossa Cidade que tanto amamos, em que nascemos, nos criamos e
convivemos, e vamos em frente.
Falo aqui em meu nome e em nome do Ver. Airto
Ferronato, meu Líder de partido, sempre firme comigo, e em nome dos 36
Vereadores, meus colegas e meus irmãos. Um abraço a todos e a toda a população
de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Cassio Trogildo): Obrigado, Ver. Paulinho Motorista.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Presidente, sobre o acidente de Mariana eu fiz um incidente aqui. Não é
Usiminas a siderúrgica; é a Vale do Rio Doce, a empresa é Samarco. Só para
fazer o registro certo aqui.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Ver. Clàudio Janta. O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra em Comunicações e, depois,
prossegue para uma Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
eu tenho em comum, com os dois colegas que me antecederam na tribuna, duas
circunstâncias positivas. Primeiro, Ver. Paulinho, eu, como V. Exa., sou
Suplente nesta Comissão Representativa e V. Exa. está aqui em função de
eventual ausência do Ver. Airto Ferronato, seu Líder partidário, e eu
represento aqui, procuro substituir o Ver. Dinho do Grêmio, que não estava bem
informado a respeito da Comissão Representativa, e assumiu, anteriormente,
alguns compromissos que o afastava da Cidade durante este período. Por outro
lado, Ver. Janta, ouvi V. Exa. com atenção e até lhe disse que valeu a pena ter
ficado aqui na Casa para ouvi-lo, na medida em que V. Exa. abordou fatos da
realidade socioeconômica brasileira com grande profundidade e, sobretudo, com
grande atualidade, na medida em que vemos a crise econômica brasileira,
Vereadores Paulinho Rubem Berta e Paulinho Motorista, se alastrar, penalizando
fortemente a classe média e o operariado brasileiro. Por incrível que pareça,
as medidas que o Governo tem tomado no sentido de tentar implantar um realismo
fiscal, um ajuste fiscal, todos estão recaindo sistematicamente na classe média
e no operariado. Agora, há poucos dias, Vereador-Presidente, a imprensa
brasileira noticia a alta defasagem que, nos últimos anos, especialmente nos
anos em que o PT governa o País, no que diz respeito à isenção para tributação
do Imposto de Renda da pessoa física que cresce a cada ano, ou melhor, decresce
o valor pelo qual ele incide. Em compensação, cresce o total do montante sobre
o qual incide a arrecadação desse imposto, sempre é declarado em todos os
momentos da história brasileira, como de excepcionalidade, que já deveria ter
sido substituído por outra forma que não penalizasse o salário e favorecesse o
capital.
Hoje, o liberal está falando aqui: não quero um
liberalismo, como o da Andrade Gutierrez, da OAS ou das grandes empresas
nacionais, Ver. Janta, escolhido pelo Governo do Partido dos Trabalhadores, que
vão beneficiar a República Dominicana, o Haiti. Foi dito aqui hoje a antiga
colônia portuguesa na África, que estranhamente, em 2014, depois de existir uma
legislação no sentido de impedir esse investimento do BNDES, sistema de empresa que esteja envolvida com o fisco brasileiro,
flexibilizaram uma Medida Provisória, proposta pela Presidente que buscava a
reeleição, e logo em seguida foi dada a oportunidade a Dilma Rousseff de dispor
de um financeiro para colocar na África. Financiamento esse que daqui uns dias,
como a responsabilidade é do País, vão ser desonerados do pagamento, como já o
foram os quase US$ 2 bilhões em vários países do mundo. Todo esse dinheiro
embolsado pelas grandes empreiteiras brasileiras que estão envolvidas no
Lava-Jato no presente momento. Então, eu quero de coração dizer que eu me sinto
muito orgulhoso de pertencer a uma classe política no Estado do Rio Grande do
Sul, onde essas coisas ficam parecendo até uma fantasia do Marco Polo, Ver.
Villela. Quando a gente poderia pensar, V. Exa. que foi um emérito Prefeito
desta Cidade, que cuidou do erário com muita exação - eu sou testemunha disso
-, quanto V. Exa. procurava nos seus mínimos gestos não só ser honesto, mas
produzir a honestidade no contexto que estava envolvido, como V. Exa. pode
viver feliz num país como este que desandou da forma que está desandando. E o
pior, Ver. Janta; o pior, Presidente, é que esse processo, longe de ter chegado
ao fim, está em plena continuidade. As vacas magras vão se alongar no tempo,
não pensem que 2016 vai ser melhor que 2015, porque lamentavelmente não será. E
eu gostaria que fosse, afinal eu também me ressinto em cima disso. A classe
média é a maior penalizada neste momento. Daqui uns dias, Ver. Paulinho, V.
Exa. que, com muito orgulho é motorista e sabe que haverá o dissídio agora em
fevereiro da categoria e que esse dissídio vai exigir uma majoração salarial,
no mínimo, proporcional à inflação que está ocorrendo, que isso reflete na
tarifa, que isso já está acontecendo em São Paulo, que lá, inclusive, já estão
incendiando ônibus, porque no fim se dá combustível para aqueles que querem
fazer bagunça neste País, queimando ônibus, fazendo agitação, porque realmente
é um desajuste entre o salário, a renda dos trabalhadores e o custo dos
serviços públicos administrados, que crescem assustadoramente, como está
subindo a eletricidade que, depois daquela demagogia de ter sido rebaixada no
período pré-eleitoral, agora é mantada abusivamente. Então, neste triste quadro,
Sr. Presidente, não posso dizer a V. Exa. que eu, pessoalmente, esteja feliz
lhe vendo presidir, pela primeira vez, uma reunião da Comissão Representativa.
A nossa Cidade não foge da realidade brasileira. Nós estamos começando a sofrer
essas consequências. O fechamento do orçamento do Município, no ano passado,
foi muito penoso, teve muitos cortes de recursos. Felizmente, para os
servidores, não chegou a penalizá-los, mas eu não sei até que ponto o Prefeito
Fortunati, com a redução dos recursos que lhe são transferidos e com o aumento
das responsabilidades que são transferidas aos Municípios brasileiros, vai
conseguir segurar essa situação absolutamente desagradável, que gera esse
descritério total que vive a Nação brasileira no dia presente.
Presidente, que nós, aqui na Câmara de Vereadores,
façamos a nossa parte, que, aliás, é nossa tradição. Ao final do ano passado,
aqui permanecemos, por horas e horas a fio, votando inúmeros processos, ora num
sentido, ora noutro, todos eles enfrentados com bravura, com decisão e com
determinação, e agora, em pleno recesso, estamos discutindo o Brasil, vendo com
tristeza as coisas que acontecem de forma desagradável na Nação brasileira e
lamentando que elas venham, infelizmente, se institucionalizando de forma quase
que definitiva. A inflação de dois dígitos é uma realidade, não está segura,
vai continuar e – pasmem! –, provavelmente, até seja alimentada. Obrigado,
Presidente. Bom trabalho na presidência da Casa, apesar das dificuldades de
toda ordem.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. Convocamos as
Sras. Vereadoras e os Srs. Vereadores para a 4ª Reunião Ordinária da Comissão
Representativa, a ser realizada amanhã, dia 14 de janeiro, quinta-feira.
Obrigado a todas e a todos. Estão encerrados os
trabalhos da presente Reunião.
(Encerra-se a
Reunião às 10h35min.)
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